Aula 17 – Células Tronco e células
totipotentes e pluripotentes – 3 ano
Texto 2
Terapia celular com outras fontes de células-tronco
Indivíduos adultos
Existem células-tronco em vários tecidos (como medula óssea,
sangue, fígado) de crianças e adultos. Entretanto, a quantidade é pequena e não
sabemos ainda em que tecidos são capazes de se diferenciar. Pesquisas recentes
mostraram que células-tronco retiradas da medula de indivíduos com problemas
cardíacos foram capazes de reconstituir o músculo do seu coração, o que abre
perspectivas fantásticas de tratamento para pessoas com problemas cardíacos.
Mas a maior limitação da técnica, do
autotransplante é que ela não serviria para portadores de doenças
genéticas. É importante lembrar que as doenças genéticas afetam 3-4% das
crianças que nascem. Ou seja, mais de cinco milhões de brasileiros para uma
população atual de 170 milhões de pessoas. É verdade que nem todas as
doenças genéticas poderiam ser tratadas com células-tronco, mas se pensarmos
somente nas doenças neuromusculares degenerativas, que afetam uma em cada mil
pessoas, estamos falando de quase duzentas mil pessoas.
Cordão umbilical e placenta
Pesquisas recentes vêm mostrando que o sangue do cordão
umbilical e da placenta são ricos em células-tronco. Entretanto, também não
sabemos ainda qual é o potencial de diferenciação dessas células em diferentes
tecidos. Se as pesquisas com células-tronco de cordão umbilical proporcionarem
os resultados esperados, isto é, se forem realmente capazes de regenerar tecidos
ou órgãos, esta será certamente uma notícia fantástica, porque não envolveria
questões éticas. Teríamos que resolver então o problema de compatibilidade
entre as células-tronco do cordão doador e do receptor. Para isto será
necessário criar, com a maior urgência, bancos de cordão públicos, à semelhança
dos bancos de sangue. Isto porque sabe-se que, quanto maior o número de
amostras de cordão em um banco, maior a chance de se encontrar um compatível.
Experiências recentes já demonstraram que o sangue do cordão
umbilical é o melhor material para substituir a medula em casos de
leucemia. Por isso, a criação de bancos de cordão é uma prioridade que já
se justifica somente para o tratamento de doenças sangüíneas, mesmo antes de
confirmarmos o resultado de outras pesquisas.
Células embrionárias
Se as células-tronco de cordão tiverem a potencialidade
desejada, a alternativa será o uso de células-tronco embrionárias obtidas de
embriões não utilizados que são descartados em clínicas de fertilização. Os
opositores ao uso de células embrionárias para fins terapêuticos argumentam que
isto poderia gerar um comércio de óvulos ou que haveria destruição de
"embriões humanos" e não é ético destruir uma vida para salvar outra.
Texto adaptado de Zatz, Mayana. "Clonagem e
células-tronco". Cienc. Cult., jun. 2004, vol. 56, nº 3, pp. 23-27,
ISSN 0009-6725.
Vitória para a Ciência: Aprovada a utilização de
células-tronco embrionárias em pesquisas
O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou dia 29/05/2008
as pesquisas com células-tronco embrionárias no país. O Supremo rejeitou
uma ação direta de inconstitucionalidade contra o artigo 5º artigo da Lei de
Biossegurança que permite a utilização, em pesquisas, dessas células
fertilizadas in vitro e não utilizadas. Segundo a norma, podem ser
utilizados apenas os embriões que estejam congelados há três anos ou mais,
mediante autorização do casal. O artigo também veta a comercialização do
material biológico.
Texto 3
Voltemos agora à nossa primeira célula resultante da fusão
do óvulo e do espermatozoide. Logo após a fecundação, ela começa a se dividir:
uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante. Pelo
menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de se desenvolver em
um ser humano completo. São chamadas de totipotentes. Na fase de oito a dezesseis células, as
células do embrião se diferenciam em dois grupos: um grupo de células externas
que vão originar a placenta e os anexos embrionários, e uma massa de células
internas que vai originar o embrião propriamente dito. Após 72 horas, este
embrião, agora com cerca de cem células, é chamado de blastocisto.
É nesta fase que ocorre a implantação do embrião na cavidade
uterina. As células internas do blastocisto vão originar as centenas de tecidos
que compõem o corpo humano. São chamadas de células tronco embrionárias pluripotentes. A partir de um
determinado momento, estas células somáticas - que ainda são todas iguais -
começam a diferenciar-se nos vários tecidos que vão compor o organismo: sangue,
fígado, músculos, cérebro, ossos etc. Os genes que controlam esta diferenciação
e o processo pelo qual isto ocorre ainda são um mistério.
O que sabemos é que uma vez diferenciadas, as células
somáticas perdem a capacidade de originar qualquer tecido. As células
descendentes de uma célula diferenciada vão manter as mesmas características
daquela que as originou, isto é, células de fígado vão originar células de
fígado, células musculares vão originar células musculares e assim por diante.
Apesar de o número de genes e de o DNA ser igual em todas as células do nosso
corpo, os genes nas células somáticas diferenciadas se expressam de maneiras
diferentes em cada tecido, isto é, a expressão gênica é específica para cada
tecido. Com exceção dos genes responsáveis pela manutenção do metabolismo
celular que se mantêm ativos em todas as células do organismo, só irão
funcionar em cada tecido ou órgão os genes importantes para a manutenção deste.
Os outros se mantêm "silenciados" ou inativos.
Questões
11 – Onde são encontradas as células tronco?
12 – Quais tipos de tratamento podem ser feitos com as
células tronco?
13 – As células tronco de uma pessoa podem ser utilizadas em
qualquer outra pessoa?
14 – Com relação à ÉTICA, qual o problema quanto ao uso e a
obtenção de células tronco?
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